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sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Benfica volta a perder

 No último ensaio antes do arranque do Campeonato Nacional, o Benfica voltou a falhar. A equipa de Jorge Jesus perdeu em Nápoles por 2x1, voltando a cometer erros defensivos que custaram golos e a derrota, não libertando a nação benfiquista de um estado de preocupação.
Seis minutos para o filme do costume
Não foi preciso esperar muito para que os crónicos problemas defensivos da equipa montada por Jorge Jesus custassem um golo no San Paolo. Aos seis minutos, Maxi Pereira ficou a ver o talento de Lorenzo Insigne a uma distância inofensiva, assistiu ao cruzamento calibrado e deixou que Luisão e Garay completassem o falhanço encarnado, ao permitirem que Valon Behrami surgisse entre os dois a cabecear para o 1x0.
Ficava, desde logo, sem efeito o objetivo benfiquista de conseguir o primeiro jogo sem sofrer golos na pré-temporada, num claro sinal das graves lacunas que afetam o vice-campeão português a uma semana do início oficial da temporada. E a complacência encarnada não se ficou pelo minuto seis; o Napoli foi capaz, em diversas ocasiões, de lançar bolas para as costas da defesa que causaram sobressaltos a Artur.

Aos 10 minutos, o fosso entre o meio-campo e a linha defensiva permitiu que Higuaín fosse servido e rematasse para defesa de Artur; aos 17’ foi Insigne a gozar de muito espaço à entrada da área do Benfica para atirar ao alvo, valendo novamente Artur. O guarda-redes brasileiro foi mesmo dos melhores na equipa da Luz, uma vez que aos 25 minutos voltou a negar o golo a Insigne, após um livre descaído para a esquerda.
E estes foram apenas alguns exemplos da quantidade de vezes que os napolitanos desposicionaram a retaguarda encarnada na primeira parte, mesmo que depois não tenham surgido daí ocasiões de golo. Logo no arranque da segunda parte, por exemplo, o mesmo registo. Armero tirou o cruzamento e Dries Mertens apareceu entre a defesa do Benfica a cabecear com perigo, mas ao lado. De todos os homens vestidos de vermelho, nem um saltou!
Dois remates de Enzo e o golo de Luisão
O melhor que o Benfica mostrou no mítico recinto napolitano foi a capacidade – ainda que a espaços – de pressão logo no início da construção italiana. Rodrigo, Markovic, Enzo Pérez e Matic recuperaram algumas bolas na primeira linha de pressão mas depois faltou objectividade e criatividade para levar perigo à baliza de Reina; nesse capítulo, Sulejmani foi uma nulidade – saiu mesmo ao intervalo - e Markovic só em leves trechos conseguiu mostrar a qualidade que exibiu noutras alturas.
Por isso, até ao golo de Luisão, aos 44 minutos, o melhor que o Benfica conseguiu foram dois remates de meia distância de Enzo Pérez mas que estiveram longe de levar a melhor direção. Depois, o golo, na sequência de um livre batido por Nemanja Matic. O capitão do Benfica surgiu bem no coração da área e de cabeça desviou para a igualdade, ele que tinha marcado em 2008, aquando da última visita do Benfica ao San Paolo, na Taça UEFA.
Higuaín castigou nova desatenção
Como é hábito, o segundo tempo foi pautado pelas sucessivas mudanças e com o encontro a ficar-se mais pela luta no centro, onde Jesus ensaiou um tridente mais de contenção, com Matic, Rúben Amorim e Enzo Pérez. A verdade é que ofensivamente viu-se pouco do Benfica e la atrás, pois bem, a inevitabilidade dos erros. Artur ainda foi evitando o segundo golo do Napoli com defesas soberbas aos 62’ e 69’ minutos, mas aos 70’ já nada conseguiu fazer perante Higuaín.
O internacional argentino ficou na cara de Artur após um lance rápido na área benfiquista, com Sílvio atrasado na saída a colocar Higuaín em jogo. O Napoli voltava à condição de vantagem e o Benfica manteve a cara que mostrou durante quase todo o encontro, ou seja, sôfrega e com dificuldade em expressar perigo junto à baliza napolitana. E não tivesse Artur mostrado reflexos apurados e o Napoli podia ter chegado ao 3x1 pouco depois, mas o guarda-redes brasileiro defendeu ao poste.
O melhor que as águias conseguiram foi um remate ao poste, por parte de Djuricic, aos 87 minutos, que acabou por roubar uma espécie de maquilhagem ao resultado. Agora já não há espaço para testes; daqui a uma semana há pontos em jogo no Caldeirão dos Barreiros, numa altura em que a margem de manobra para Jesus, Vieira e a equipa é simplesmente... nenhuma.

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